Bruce foi o cara em 2013/Reprodução |
Fim
de ano é sempre a mesma coisa. Todo mundo faz aquele balanço, lista de melhores
e piores, e em Memórias da Alcova não poderia ser diferente. Este blog não
esteve muito presente neste ano, mas seu signatário não deixou de acompanhar os
eventos musicais e cinematográficos por aí.
E
agora chegou o momento de apontar os melhores e piores do ano na tradicional
cornetada máxima “Best Of”. Hora de prestar homenagens a quem fez bonito e dar
aquela esculachada padrão “pá de cal” em quem escorregou em 2013. Comecemos pelos
melhores e piores shows do ano.
Foi
um ano de vários bons shows. Tanto é que as apresentações do Iron Maiden e do
Metallica no Rock in Rio ficaram de fora da minha lista final. Mereciam estar
nela, pois as duas bandas mantiveram o nível de excelência mais do que
conhecido pelos seus fãs. Memórias da Alcova, no entanto, preferiu premiar o
fator surpresa de alguns shows. Algumas bandas pelas quais pouco se esperava e
simplesmente fizeram grandes concertos, de qualidade para entrar entre os
melhores da temporada. Também privilegiei bandas que vi pela primeira vez.
Assim
ficou, portanto, o ranking final dos melhores shows de 2013.
5º
lugar – Aerosmith – Steven Tyler, Joe Perry e sua banda vieram ao Rio em
outubro para a Global Warming World Tour. Com jeito de tiazonas, poucos
acreditariam que a banda, há mais de 40 anos na estrada, faria um show marcante.
Há décadas eles não se apresentavam na cidade e Tyler e seus colegas, todos na
casa dos 60 anos, se esforçaram para compensar a espera com um showzaço
inesquecível. Tocaram músicas novas, não deixaram faltar nenhum clássico
(“Dream on”, “Janie’s got a gun”, “Walk this way”, “Cryin” e tantos outros) e
entregaram uma apresentação impecável. Tyler parecia um garoto no palco
cantando muito bem para um senhor de 65 anos. É uma banda que precisa voltar
logo.
O Alice in Chains mandou bem no Rock in Rio/Reprodução |
4º
lugar – Alice in Chains – O Alice in Chains tinha duas missões complicadas no
Rock in Rio em setembro. Fazer um show que chegasse perto do nível do
Metallica, que fecharia a noite do dia 19, e tentar fazer com que os seus fãs
lembrassem do antigo vocalista Layne Staley, morto em 2002, como uma saudade
positiva, abraçando o novo vocalista William Duvall. Duvall cantava pela
primeira vez no Rio, mas já estava no seu segundo disco com a banda, “The devil put
dinosaurs here”, lançado neste ano. O resultado foi ainda melhor do que o
esperado. O Alice in Chains conquistou facilmente a galera com uma apresentação
poderosa. A confiança da banda era tanta que eles mandaram “Man in the box”, o
grande clássico do grupo, entre as primeiras músicas do show. Duvall saiu do palco
colhendo elogios da galera e o Alice in Chains consagrado com um dos shows
marcantes do Rock in Rio.
3º
lugar – Muse – Os ingleses de Devon fizeram o primeiro grande show do Rock in
Rio. Headliners da noite do dia 14 de setembro, o trio formado por Matthew
Bellamy (guitarra e vocal), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard
(bateria) mostraram para os que olhavam desconfiados porque mereciam fechar uma
das noites do festival. Bellamy mostrou todo o seu talento nas guitarras com
distorções e solos e o Muse exibiu o melhor dos seus seis discos de
estúdio. Com o Muse, o Rock in Rio finalmente começou.
Ozzy e Tony Iommi com o Black Sabbath/Reprodução |
2º
lugar – Black Sabbath – Depois do último show do Ozzy Osbourne em 2011, durante
a turnê do disco “Scream”, confesso que temia pelo pior. Ozzy estava
visivelmente cantando pior do que no show de 2008 e com a idade a tendência não
é melhorar. Mas o cantor de 65 anos tem pacto com o “Coisa-ruim”. Ozzy chegou
na Apoteozzy (sim, ela foi rebatizada) em outubro acompanhado de seus velhos
amigos Tony Iommi (guitarra) e Geezer Butler (baixo) para a reencarnação do
Black Sabbath em turnê do novo álbum, “13”. O que vimos foi um Iommi
simplesmente bestial na guitarra e um Ozzy de volta à melhor forma que a sua
mente sequelada pode produzir. Um grande show e o segundo melhor do ano, sem
dúvida.
O
melhor do ano – Bruce Springsteen e The E-Street Band – Não foi apenas o melhor
show do Rock in Rio. Nem somente o melhor show do ano. Foi simplesmente um dos
maiores concertos de rock que o Rio de Janeiro já viu em sua história. Tocando
pela primeira vez na cidade, Bruce fez um show que eu poderia chamar de
histórico e antológico sem que estas duas palavras pareçam tão desgastadas pelo
tempo e excesso de uso para qualquer bundice que acontece por ai. O show de
Bruce foi realmente tudo isso. Foi daqueles que serão lembrados para sempre na
história do festival e por quem esteve presente naquele dia 21 de setembro. E
se alguém foi embora depois da insossa apresentação de John Mayer deveria se
arrepender amargamente. Bruce foi o cara em 2013.
O
pior show do ano – O ano não foi apenas de alegrias. Algumas bombas passaram
por aqui. Gostaria de eleger o Nickelback (ou seria Nickel don’t come back?)
como o pior, mas as leis de Memórias da Alcova indicam que é preciso estar
presente no evento para eleger os melhores e os piores do ano. Se tivesse um
prêmio “vergonha alheia” por aqui, o comportamento de adolescente de 14 anos do
Dinho no show do Capital Inicial no Rock in Rio seria o escolhido. E o show em
si também foi bem fraco. Do mesmo festival também vieram shows desastrosos como
Sebastian Bach, Phillip Phillips e Ghost B.C. Além de John Mayer, cujas canções
têm tanto açúcar e “uiuiui” que mais parece filme baseado em livro de Jane Austin.
Acho que muita gente saiu diabética de lá se não ficou para o Bruce Springsteen
até o fim.
Mas
é preciso eleger o pior, a bomba máxima e ai nenhum dos citados acima superou o
conjunto da obra do 30 seconds to Mars. A banda do ator Jared Leto não fez
apenas um show ruim, foi muito ruim. E como se não bastasse o show muito ruim,
Leto foi o campeão das piores presepadas da história do Rock in Rio. Vestiu
camisa da seleção brasileira, disse que amava o país, fez aquela média pavorosa
com o seu público... E não é só isso. O cantor ainda andou de tirolesa no meio
da galera. Olha, muito frufru, pouca música e muita presepada. Parabéns, Jared
Leto, você se esforçou e merece receber o troféu abacaxi de 2013 do blog. E se
é tão rápido assim para chegar, vocês podiam se mudar de vez para Marte.
Amanhã,
os melhores (e os piores) no cinema.
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