La vie D'Adèle, o melhor filme de 2013 |
O
top-10 é sempre um duro desafio para este blogueiro (deixa eu valorizar o meu
trabalho com um chôrôrô, vai). Após muito tira daqui, coloca dali, pensa,
reflete, cheguei a 17 títulos. Cortar sete foi outro duro desafio, mas tive que
deixar de fora filmes muito bons como “Lincoln”, que rendeu um Oscar a Daniel
Day-Lewis, “Capitão Phillips”, que pode render um Oscar a Tom Hanks no ano que
vem, “As sessões”, “Hanna Arendt” e “Guerra Mundial Z”.
Mas
só cabiam dez. É a tradição do Best Of. E cheguei à conclusão que os dez filmes
abaixo foram os que mais me marcaram de alguma forma em 2013. Então, vamos ao ranking.
10º
lugar – “O som ao redor” – Um bairro de classe média pernambucana é o grande
personagem do filme dirigido por Kléber Mendonça Filho. O crítico de cinema,
que resolveu virar vidraça e realizar o seu primeiro longa, conta uma história
de preconceitos, pequenas contravenções, subornos e crimes em geral realizados
em Recife. Da complexidade daquele microcosmo cheio de nuances, podemos
refletir sobre toda uma realidade brasileira. O filme foi indicado para
concorrer ao Oscar de filme estrangeiro em 2013, mas não foi pré-selecionado.
Azar do Oscar.
Cameron Diaz e Penélope Cruz no 'Conselheiro do Crime' |
9º
lugar – “O conselheiro do crime” – Muitos amam este filme. Outros odeiam. Eu me
incluo no primeiro grupo. Primeiro roteiro do escritor Cormac Mccarthy, o
trabalho de Ridley Scott é um filmaço sobre a máfia mexicana e as graves
consequências que a ganância pode causar a uma pessoa que se envolve com tipos
tão perigosos. O filme conta com ótimas atuações do elenco, em especial Michael
Fassbender, que vem a ser o personagem principal da história.
8º
lugar – “Django Livre” – Não é o melhor filme de Quentin Tarantino, mas é mais
uma ótima história de vingança do diretor americano. Dessa vez, Tarantino
aborda, ao seu estilo, o racismo e a escravidão americana, sempre
ridicularizando os preconceituosos. O filme ainda conta com ótimas atuações de
Christoph Waltz, Jamie Foxx e Leonardo di Caprio.
7º
lugar – “Dentro de casa” – François Ozon teve dois filmes exibidos no Brasil
neste ano. “Jovem e bela”, ainda em cartaz, é um bom trabalho sobre uma jovem
que se sente vazia e começa a se prostituir. “Dentro de casa” é ainda melhor.
Conta a história de um jovem aluno de uma escola francesa que mostra talento como escritor e envereda
o seu melhor amigo, a família dele e o seu professor de literatura numa trama
realista criada por ele com ecos na linguagem de reality show. Um trabalho que
abre portas para uma série de discussões sobre abuso, invasão de privacidade e
conceitos de arte.
6º
lugar – “Indomável sonhadora” – Gosto de filmes meio filosóficos e com um pé em
um realismo fantástico. É exatamente o que Bem Zeitlin nos dá na história de
uma menina de nove anos vivida por Quvenzhané Wallis, que concorreu ao Oscar de
melhor atriz. No filme, Hushpuppy vive com um pai alcoólatra em um lixão perto
de uma represa. Apesar de uma vida miserável, ela consegue superar as
dificuldades com muita imaginação. É um trabalho tocante.
Cartaz de 'Amor Pleno' |
5º
lugar – “A caça” – Um excelente e perturbador filme dinamarquês dirigido por
Thomas Vinterberg. Conta a história de um homem (Mads Mikkelsen) erroneamente
acusado de abusar sexualmente de uma menor. Um erro a partir da mentira de uma
criança que destruiu a sua vida e marcou profundamente não somente ele e a sua
família, como todos os habitantes da cidade que convivem com ele. A ponto de, mesmo
depois da verdade ser exposta, as vidas de todos nunca mais serem as mesmas.
4º
lugar – “Amor pleno” – Mais um filmaço de Terrence Malick. Um tratado sobre o
amor com a sua iconografia conhecida, as imagens que falam conosco e a força da
trilha sonora como personagem. Tudo mostrando a escalada de amor e dor de
um casal (Ben Affleck e Olga Kurylenko)
com o passar dos anos. Do sublime momento da paixão parisiense ao enfado numa
casinha de subúrbio americano. Idas e vindas, traições, a busca por um paraíso
que jamais chegará.
Cartaz de 'A grande beleza' |
3º
lugar – “A hora mais escura” – Na minha opinião, o grande injustiçado do Oscar.
Merecia ganhar o prêmio de melhor filme (“Argo” venceu), mas ganhou apenas uma
estatueta técnica. O filme é mais um excelente trabalho sobre as recentes guerras americanas da diretoria
Kathryn Bigelow. Conta a história real de uma agente da CIA, vivida por Jessica
Chastain, que dedicou a vida a encontrar o terrorista Osama Bin Laden. Jessica
tem uma interpretação estupenda em um filme excelente.
2º
lugar – “A grande beleza” – Temos Michelangelo Antonioni, Federico Fellini e
uma pitada de David Lynch neste ótimo trabalho de Paolo Sorrentino. Conta ainda
com uma atuação soberba de Toni Servillo como o jornalista Jep Gambardella, que
vive no meio das grandes celebridades de Roma convivendo e sendo parte daquela
vida vazia e sem muitos propósitos a não ser a diversão como cura de uma
melancolia que todos fazem de tudo para esconder. No lugar da frustração,
música alta. No lugar da dor, a dança. E assim a vida e os acontecimentos vão
se sucedendo na capital italiana.
Cartaz de 'La vie D'Adèle' |
1º
lugar - “La vie D’Adèle” – Só uma coisa é ridícula no filme escrito e dirigido
por Abdellatif Kechiche: o título em português “Azul é a cor mais quente”. Fora
isso, temos um filmaço com texto excelente e ótimas atuações das atrizes Léa
Seydoux e Adèle Exharchopoulos. O foco nesta história de amor está em Adèle. Em
três horas, Kechiche mostra a vida da jovem na escola que não se sente bem em
um relacionamento convencional, heterossexual, e só encontra o amor quando
conhece Emma, artista mais velha do que ela. O filme acompanha a vida de Adèle até a idade adulta. Passa
por todas as descobertas dela, as dores, os prazeres, as angústias, enfim,
tudo o que o amor provoca em qualquer ser humano e que a faz amadurecer.
Esqueça os preconceitos ou as tão faladas cenas de sexo entre as protagonistas.
Só o que importa neste belo filme francês é a força da sua história.
Piores
filmes – Como nem tudo foram flores em 2013, aí vão as cinco bombas do ano que
se encerra.
5º
lugar – “Faroeste Caboclo” – A canção da Legião Urbana é muito boa, mas o
filme... é bem triste. Pouca coisa ou nada se salva entre roteiro e atuações.
Melhor ficarmos com “Somos tão jovens”, esse mais interessante, sobre a vida de
Renato Russo, e aguardamos outro filme sobre o “Faroeste Caboclo”.
4º
lugar – “Amorosa Soledad” – Esta foi uma grande picaretagem da publicidade
nacional. Foi vendido como um filme com Ricardo Darín (que agrega valor em
qualquer camarote do planeta), mas o grande ator argentino participa de um
minuto da película. Quase uma ponta. É um raro filme fraco da Argentina que chega ao Brasil. Mas duvido que passasse aqui se não fossem aqueles
60 segundos de Darín na tela.
3º
lugar – “Jobs” – Prêmio vergonha alheia master de 2013. Um dos filmes mais
constrangedores do ano. Ashton Kutcher não é um ator de calibre necessário para
interpretar um homem como Steve Jobs. Junte isso a um trabalho tatibitate,
pragmático e bobo e temos uma bomba que não conseguiu representar em nenhum
momento o que Jobs foi como mau caráter, mas criador e revolucionário em uma
indústria de tecnologia de computação.
2º
lugar – “A visitante francesa” – Nem a presença de Isabelle Huppert salva esse
filme coreano de ser uma das grandes bombas de 2013. Tudo nele é muito fraco.
Fuja sempre que puder.
'João e Maria' - o filme-bomba de 2013 |
1º
lugar – “João e Maria – caçadores de bruxas” – No ano passado, o pior filme
tinha sido “Branca de neve e o caçador”, mas Hollywood preferiu insistir no
erro e continuar a fazer filmes atualizando contos infantis. Qual é o
resultado? Temos mais um filme constrangedor. O mito reescrito é um desperdício
do talento de Jeremy Renner (por que ele se sujeitou a isso, meu deus?). Rola
até uma diabetes no João, coitado, por ter comido muito doce na infância. Só
isso já seria suficiente para mandar o filme para a lata do lixo.
A
decepção do ano – Filmes ruins de diretos consagrados – O que está havendo com
esse povo? No ano passado, Clint Eastwood nos apresentou dois filmes fracos,
“J. Edgar” e “Curvas da vida”. Neste ano, foi a vez de Woody Allen e Pedro
Almodóvar pisarem na bola. Allen fez o pior filme que eu vi dele, “Blue
Jasmine”, um trabalho que só não é um desastre completo por causa da atuação de
Cate Blanchett. Almodóvar seguiu a mesma tendência e resolveu fazer o pior
filme que eu vi dele, “Amantes passageiros”, um trabalho muito longe da sua
excelência. Esperemos que isso seja uma fase e os diretores voltem com bons
trabalhos no futuro.
Gerry Lane (Brad Pitt) protege a família contra zumbis |
O
herói do ano – Django (Jamie Foxx, em “Django Livre”) daria um ótimo herói. Ou
melhor, um anti-herói. Mas não é fácil ser um homem comum e enfrentar uma
grande epidemia mundial de zumbis assassinos. Gerry Lane (Brad Pitt) faz isso e
ainda salva a família, como todo bom herói deve fazer, em “Guerra Mundial Z”. Ele
é o cara de 2013. E fica também como uma homenagem ao filme de Marc Foster, que
é muito bom e, a julgar pelo final, parece que terá uma continuação.
O
vilão do ano – Loki (Tom Hiddlestone, em “Thor 2 – o mundo sombrio”) é um dos
meus vilões favoritos, mas nem o Deus da Trapaça foi capaz de fazer tantas
maldades quanto o adolescente Claude (Ernst Umhauer) em “Dentro de casa” e a chefe do tráfico no México Malkina (Cameron Diaz) em "O conselheiro do crime". O
jovem é um manipulador nato com talento para a escrita que me fez lembrar a
minha escritora-assassina favorita, Catherine Trammell (Sharon Stone), de "Instinto Selvagem". E
provoca uma verdadeira devastação no filme. Malkina manipula todos a sua volta com frieza e não tem dó de ninguém. É a única vencedora na história toda. Uma vilã de primeira. Não tive condições de escolher um. Claude e Malkina são os vilões de 2013.
Mélanie Laurent, a nova musa do blog |
A
musa do ano – Jessica Chastain (“A hora mais escura”) quase ficou com o
bicampeonato da minha categoria favorita que já premiou Sharon Stone (2006),
Eva Mendes (2007), Penélope Cruz (2008), Kate Winslet (2009), Anna Mouglalis
(2010) e Cecile de France (2011).
Mas
esse ano o prêmio voltará para a França. Poderia ser com Julie Delpy, a estrela
de “Antes da meia-noite”, mas foi outra francesa que conquistou o coração do
signatário do blog.
Mélanie
Laurent, de 30 anos, já tinha deixado ótima impressão como a Shoshanna de
“Bastardos Inglórios” (2009), mas neste ano ela apareceu duplamente encantadora
nas telas do cinema. Primeiro como a investigadora Alma Dray em “Truque de
mestre”, um filme divertido sobre mágicos que ajudam um homem a preparar uma
vingança. Em seguida como a jovem revolucionária Estefânia em uma Portugal que
vivia um regime fascista na história de “Trem noturno para Lisboa”. Mélanie é
definitivamente a musa de 2013.
O clima esquenta entre Adèle e Emma |
A
melhor cena de sexo – Este blog é tão óbvio que eu devia extinguir essa categoria.
Mas ela dá audiência para o blogueiro. Meus 17 leitores (é o número da modéstia) devem olhar para esta categoria e dizer: "Safadinho, hein". Bom, aqui não tem discussão. É só vocês verem
“Azul é a cor mais quente” que entenderão. O que não invalida o que eu disse lá
em cima que o mais importante é a história do filme.
A
melhor cena de briga – “Django Livre” e “Duro de matar – um bom dia para
morrer” têm algumas boas sequências de luta, mas vou ficar com o Superman (Henry
Cavill) quebrando o pau em “O homem de aço”. Se tem algo que o filme de Zack
Snyder tem de bom são as cenas de ação.
O
retorno do ano – Aqui eu vou inverter. Se 2013 marcou o retorno do Superman às
telas de cinema, eu vou celebrar mesmo é a volta de John McClane. Por mais que
“Duro de matar – um bom dia para morrer” não seja um filme top e seja até bem
óbvio, é sempre divertido ver John McClane destruindo tudo por onde passa. Vale
a pena ter mais um filme. E quantos mais Bruce Willis aguentar fazer.
Os
melhores roteiros – Alguns filmes me chamaram muita atenção por bons diálogos
(“O quarteto”) ou histórias muito bem contadas (“Guerra Mundial Z”, “A parte
dos anjos”, “O que traz boas novas”, “Flores Raras”, “Rush – no limite da
emoção”, “O conselheiro do crime”, “Capitão Phillips” e “Trem noturno para
Lisboa”). Gosto também de tudo em “Amor Pleno” e “A hora mais escura”. Mas se
eu tivesse que fazer um top-3 eu teria, em ordem decrescente, “A grande
beleza”, “La vie D’Adèle” e “Dentro de casa”, este um filme que realmente me
deixou boquiaberto conforme os acontecimentos.
Os
piores roteiros – “Duro de matar – um bom dia para morrer” é óbvio e só entra
aqui por esse caráter de obviedade com sua relação de pais e filhos. “Oz,
mágico e poderoso” também é irritantemente simples e bobinho. Vacilo, seu Sam
Raimi. E o papinho jovem em busca do amor de “Diana” é igualmente irritante.
“Em transe” é um filme confuso e “O homem de aço” pouco inspirado, assim como
“Red 2 – aposentados e ainda mais perigosos” e “Blue Jasmine”. Mais sorte na
próxima, Woody Allen. “Jobs” é vergonha alheia e “Elysium” uma caricatura que
Neil Blomkamp quis fazer de si mesmo ao tentar reproduzir a história de
“Distrito 9” em Hollywood. Mas o top-3 do constrangimento fica, em ordem
decrescente, com “A visitante francesa”, “Salvo, uma história de amor e máfia”
(que filme ruim) e, claro, “João e Maria – caçadores de bruxas”.
O
filme francês do ano – Foi um 2013 de muitos bons filmes franceses como
“Thèrèse D” e os trabalhos de François Ozon: “Jovem e bela” e “Dentro de casa”.
Mas é o ano de “La vie D’Adèle”. Então, não tem o que discutir.
O
filme argentino do ano – Não vi espetaculares trabalhos argentinos em 2013, mas
gostei muito de “O último Elvis”. O filme de Armando Bo conta a história de um
cantor cover do rei do rock que praticamente se acha o próprio Elvis. Por trás
de uma vida de shows e estrelato fantasiada por ele, vive um homem muito
deprimido e amargurado que sofre pela separação da mulher e da filha.
Cartaz de 'O som ao redor' |
O
filme brasileiro do ano – “Flores raras” foi um trabalho muito bom, mas 2013
era o ano de “O som ao redor”, um dos melhores do ano. Aqui também não tem
discussão e os motivos foram expostos no top-10.
O
filme baseado em quadrinhos do ano – Só porque eu criei esta categoria no ano
passado, este ano não teve nada muito espetacular. “O homem de aço” e “Thor 2 –
o mundo sombrio” não eram exatamente empolgantes. “Wolverine – Imortal” foi
bonzinho. Entre todos, fico com “Homem de Ferro 3”. Tony Stark (Robert Downey Jr.) segura o filme que tem
como ponto ruim o que fizeram com o Mandarim.
Os
melhores diretores – Ken Loach merece crédito por um filme que eu gostei
bastante, “A parte dos anjos”, assim como François Ozon já fartamente elogiado
aqui pelo seu “Dentro de casa”. Marc Foster fez o que talvez seja o melhor
filme-pipoca do ano (talvez uma ideia de nova categoria para 2014), “Guerra Mundial Z”. Abdellatif Kechiche também tem grandes
méritos ao contar a história de Adèle em “La vie D’Adèle” e Thomas Vinterberg
fez um trabalho perturbador em “A caça”. Gosto de Bem Zeitlin em “Indomável
sonhadora” e acho o trabalho de Paul Greengrass quase sempre excelente, caso de
“Capitão Phillips”. Mas se eu tivesse que escolher os três melhores, ficaria
com Kathryn Bigelow, pois “A hora mais escura” é daqueles filmes quase todo
perfeitos. E fico com dois trabalhos bem autorais entre os melhores: Paolo
Sorrentino em “A grande beleza” e Terrence Malick em “Amor Pleno”.
Os
piores diretores – Tem alguns filmes que são bem ruins como “Salvo – uma
história de amor e máfia”, outros que eu não consigo engolir, como o jeito
carnavalesco em desfile de escola de samba de Baz Lurhmann em “O grande
Gatsby”. Sam Raimi é outra decepção em “Oz, mágico e poderoso”, mas o top-3 do
mal fica, com a novelinha de Oliver Hirschbiegel em “Diana”, o constrangimento
absoluto de Josha Michael Stern em “Jobs” e, claro, o medalha de ouro Tommy
Wirkola pelo inacreditável “João e Maria – caçadores de bruxas”.
Toni Servillo brilhou em dois filmes |
Melhores
atuações masculinas – Está acabando e se você chegou até aqui é porque eu tenho
algum prestígio, Ou você está rindo dos meus comentários absurdos e achando que
eu não entendo nada disso. Realmente eu não entendo. Só sou apaixonado pelo
assunto e dou meus pitacos. Chegou a hora de eleger os atores top de 2013.
Antes é preciso dizer alguns nomes que se destacaram na minha modesta opinião.
Gente como Philip Seymour Hoffman e Joaquin Phoenix (“O mestre”), Mads
Mikkelsen (“A caça”), Gabriel Byrne (“Eu, Anna”, um belo filme), Daniel Brühl
(“Rush – no limite da emoção”), Chris Cooper (“Álbum de família”) e Tom Hanks
(“Capitão Phillips”). Além de Tom Hiddlestone pelo seu Loki em “Thor 2 – O
mundo sombrio” e Jeremy Irons pelo delicioso “Trem noturno para Lisboa”. Mas o
meu to-3, em ordem decrescente, ficou com Matthew McConaughey, uma das melhores
coisas em “Obsessão”, Daniel Day-Lewis, praticamente a reencarnação de Abraham
Lincoln (bom, pelo menos eu imagino o ex-presidente americano daquele jeito), papel que lhe deu o Oscar de melhor ator em “Lincoln” e Toni
Servillio, o ator italiano que brilhou em dose dupla como o político Uliano
Befardi em “A bela que dorme” e o jornalista bon vivant Jep Gambardella de “A
grande beleza’.
Piores
atuações masculinas – Também teve coisa muito ruim ou decepcionante por ai.
Casos de Ryan Gosling e Josh Brolin, muito canastrões em “Caça aos gângsters”,
Henri Cavill no papel de Superman em “O homem de aço” e Zac Efron em
“Obsessão”. Além de Alec Baldwin em “Blue Jasmine”. Mas nada supera o trio
James Franco (“Oz – mágico e poderoso”), Aaron Taylor Johnsson (o Alexei
Vronsky de “Anna Karenina”) e Ashton Kutcher, o pior Steve Jobs que poderia
existir, em “Jobs”.
Cate Blanchett é o que salva em 'Blue Jasmine' |
Melhores
atuações femininas – “Amor” não foi um filme que me conquistou, mas é preciso
destacar a atuação de Emmanuelle Riva no filme. Merece aplausos. Helen Hunt
também está muito bem como a terapeuta do sexo Cheryl em “As sessões”. Também é
preciso destacar Helen Mirren, o que de melhor “Hitchcock” nos oferece, e
Maggie Smith, simplesmente maravilhosa em “O quarteto”. Gosto de Audrey Tautou
em “Thèrèse D”. Talvez seja o seu melhor trabalho. E também de Charlotte
Rampling em “Eu, Anna”. Oprah Winfrey é surpreendente em “O mordomo da Casa
Branca”. Está muito bem. Assim como Barbara Sukowa no papel da filósofa Hanna
Arendt no filme alemão de mesmo nome. Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos estão
ótimas em “La vie D’Adèle”. E Júlia Roberts tem uma atuação muito boa em “Álbum
de família”. Mas o meu pódio será ocupado por Jessica Chastain, a agente da CIA
Maya em “A hora mais escura”, Glória Pires, simplesmente incrível em “Flores
raras”, e Cate Blanchett, o único ponto positivo, e muito positivo, de “Blue
Jasmine”. Talvez seja o único acerto de Woody Allen neste filme.
Piores
atuações femininas – Amy Adams talvez seja a minha grande decepção do ano. Sua
Louis Lane em “O homem de aço” é insossa. Mas teve gente pior. Falo de Naomie
Watts no papel da princesa Diana em “Diana”, de Famke Janssen como a bruxa
Muriel em “João e Maria – caçadores de bruxas” e Isis Valverde, meus amigos.
Sua Maria Lúcia em “Faroste Caboclo” é beeem fraca. Não convence ninguém. Não
teve jeito. Nada deu muito certo neste filme sobre a música da Legião.
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