“A morte não existe. A morte é uma doença crônica” (pg. 21)
Com uma narrativa deliciosa, bem-humorada e sarcástica, Fernanda Torres conta as histórias de aventuras e desventuras de cinco amigos em meio a um Rio de Janeiro que perpassa entre uma cidade idílica e o batido purgatório da beleza e do caos tantas vezes cantado por Fernanda Abreu.
A história é carregada de sexo, drogas, companheirismo, traições e fofocas enquanto Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro enfrentam o crepúsculo da vida.
Apesar de a morte ser o tema central, o livro tem uma luminosidade que traz um sorriso para quem o lê e especialmente para quem identifica muitas situações típicas do ethos carioca.
No fim das contas, o recado que fica de “Fim” (2013) é resumido por Torres ao citar uma frase de Tirésias a Odisseu: “A vida é o caminho” (pg. 198)
Nota 8,5/10.
“Eu tive um sonho”
De uma frase simples e banal, a protagonista de “A Vegetariana” caminha para uma destruição que ela vê como transcendência.
De uma postura já tão vista de forma enviesada pela sociedade coreana (e não só), Yeonghye caminha para uma brutalidade em três atos cujos horrores eu não vi chegar até o momento em que me vi surpreendido.
Este livro venceu o Man Booker Prize Internacional em 2016 e foi a minha primeira escolha para entrar no mundo de Han Kang, vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2024.
Em algum momento pretendo voltar a autora, que despertou a minha curiosidade. Contudo, primeiro ainda preciso digerir melhor e pensar melhor sobre “A Vegetariana”.
Nota 7,5/10.
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