Dani, Grace e Sarah, heroínas da resistência |
A essa altura, em pleno 2019, é
difícil saber o que aconteceu ou a ordem exata dos acontecimentos após seis
filmes do Exterminador do Futuro. Tirando a trilogia clássica iniciada por James
Cameron e que teve Jonathan Mostow com diretor do terceiro filme, “A rebelião
das máquinas” (2003), a franquia foi tomando outros rumos em que a gente fica
se perguntando se de fato a Skynet prevaleceu em algum ponto no futuro ou se
impediram mesmo o futuro apocalíptico das máquinas dominando o planeta.
Batizado de “Destino Sombrio” (“Terminator:
Dark Fate”, no original), o novo Exterminador tenta dar uma visão sobre tais
acontecimentos. Ao mesmo tempo em que tenta encerrar a história, aponta para um
futuro digamos.... sombrio. Afinal, somos humanos e temos uma incrível
capacidade de fazer bobagens quando recebemos uma tecnologia de ponta em nossas
mãos. Ou nem isso.
Para isso, o diretor Tim Miller e
James Cameron, que está entre os sete criadores da história deste filme,
ignorou tudo o que aconteceu em “Rebelião das máquinas”, “A Salvação” (2009) e “Gênesis”
(2015). Tudo foi considerado fora do cânone do Exterminador. Focou apenas
nos dois primeiros filmes, lançados, respectivamente,
em 1984 e 1991, trouxe de volta a atriz Linda Hamilton, a the one and only
Sarah Connor (sorry Emilia Clarke), e apontou para os desafios vindouros.
E qual o resultado disto? Primeiro, um
filme divertido. “Destino sombrio” é bem legal para quem é fã de explosões,
perseguições, o famoso “tiro, porrada s bomba” e da resistência implacável do
vilão que só encontramos na franquia Exterminador do Futuro.
Aqui ele é vivido por Gabriel Luna, em
sua versão Rev-9, uma máquina de combate implacável feita de fibra de carbono e
capaz de se dividir, se amalgamar e se moldar de acordo com o ambiente. Ele é
praticamente imparável e indestrutível. Sua versão faz o modelo T-800 de Arnold
Schwarzenegger parecer um robozinho inofensivo.
(E agora atenção para os SPOILERS).
He is back |
Na história repaginada, Sarah Connor
conseguiu impedir o apocalipse da Skynet, porém, em 1997, um Exterminador surge
e mata o seu filho John, o futuro líder da resistência.
Só que mesmo com o futuro alterado, a
humanidade não aprende. E daqui a quatro décadas, uma nova ameaça surgirá a
partir de uma guerra cibernética. A Legião é o vilão da vez e para isso um
Exterminador volta a 2019 para tentar mudar o futuro. Com ele, claro, vem
alguém para defender uma pessoa importante para a resistência humana.
Ao contrário do T-800, Grace (Mackeinzie
Davis, grande aquisição para a franquia) é uma humana “melhorada”. Cheia de
componentes eletrônicos e amalgamada com equipamentos tecnológicos que a fazem
ser mais forte, rápida e precisa. Ainda assim, isso não é suficiente para combater
o mal. É aí que surge Sarah Connor.
Sua entrada é absolutamente triunfal.
Com direito a uma citação da frase clássica de Schwarzenegger : “I´ll be
back”.
Trazer Linda Hamilton de volta foi um
dos acertos para a história. Ela é a cara da saga junto com Schwarzenegger, que
agora aparece como um androide aposentado que é chamado de volta a batalha para
cumprir a missão de salvar Dani (Natalia Reyes), a nova peça-chave no tabuleiro
da resistência humana no futuro.
A participação do veterano ator
austríaco é um deleite para os fãs, mas funciona de forma muito ruim para o
filme. Não convence muito o fato de encontrarmos um Exterminador que havia
matado John Connor e agora tenta se redimir e passou a entender melhor os
humanos.
Mas é claro que o personagem se segura
bem apesar disso. O trocadilho com sua frase famosa, a brincadeira com os
óculos escuros e, por fim, o trabalho impecável de Schwarzenegger .no papel
Para um ator de filmes de ação que nunca teve muito talento dramático como o
seu outrora par do passado Bruce Willis, nada como um androide de fala robótica
para que ele se sinta totalmente à vontade. Para alguém que não é exatamente um
Al Pacino da emoção, a melhor coisa que existe é interpretar um personagem sem
emoção ou arroubos faciais. Não há papel em que Schwarzenegger se sinta mais à
vontade.
Com isso, “Exterminador do Futuro:
destino sombrio” cumpre o seu papel de entreter, dar um destino para os
personagens clássicos e apontar para o futuro. Na era atual, deixar as
franquias em aberto é fundamental para a sua continuidade. Se é que algum dia
isso virá a acontecer.
Mas com Sarah Connor no comando, a
resistência nunca acaba até que o futuro esteja assegurado. E a humanidade
aprenda a não se destruir.
Cotação da Corneta: nota 6,5.
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