Só correr interessa |
O
cinema está vivendo uma ondinha de personagens sem memória. Tem um tal de
"Doador de memórias", com uma sociedade futurista que vive em
harmonia sem saber o que aprontou no verão passado, e o "Maze Runner -
correr ou morrer", que a corneta foi conferir de perto nesta semana.
"Maze
Runner" é um sub-“Jogos Vorazes” com o defeito de não ter a Jennifer
Lawrence. Isso já é um problema sério. Mas não vamos ser preconceituosos.
Aceitemos que Jennifer não pode estar em todas as produções do mundo.
A
história é sobre meninos sem memória perdidos num lugar ermo e estranho
parecido com a ilha de “Lost”. Ali eles vivem calmamente, respeitando os
limites de um paredão onde se encontra um labirinto aparentemente inexpugnável.
Tudo corre na mais profunda paz sob a liderança de Alby (Aml Ameen) e Newt
(Thomas Brody-Sangster, que surge aqui fazendo um bico pós-Game of Thrones).
Até que surge (tchãrãm!) nosso herói Thomas (Dylan O’Brien).
Thomas
é a Jennifer Lawrence da história. Jovem impetuoso, abusado, curioso e que não
gosta de seguir regras. É o líder que surge para bagunçar o coreto e dar uma
agitada naquele mundo certinho de garotos que seguem as regras do labirinto
protegido por aranhas metálicas nojentas.
A
partir dai tudo se dá como numa escola. Thomas tem que lidar com o valentão
Gally (Will Poulter), vai proteger o gordinho Chuck (Blake Cooper), fará novos
amigos, e até vai se dar bem com a menina mais bonita do pedaço. Bom, nesse
caso ele não tem nenhuma chance de escolher mesmo.
Neste
grande videogame filmado que é "Maze Runner", chega um momento da
história que "The Sims" sai de campo e entra "Sonic". É
quando Thomas exibirá ao mundo a sua habilidade de Usain Bolt correndo como um
louco pelo labirinto maléfico, escuro e cheio de pegadinhas.
No
fim tudo acaba... bem, na verdade não acaba. Afinal, quantos filmes produzidos
hoje em Hollywood tem um "The end" seguido dos créditos? É claro que
"Maze Runner" deixa tudo em aberto para a continuação da brincadeira.
É um videogame e Thomas e seus amigos só passaram de fase. Ainda nem chegamos
no confronto final com o vilão.
A
corneta saiu da sala cansada de tanta correria e tantos clichês, mas precisa
admitir que "Maze Runner" tem um final, digamos, instigante.
Aguardemos a segunda fase do videogame. Por enquanto, a nota para Thomas e seus
amiguinhos é 5,5.
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