Sou melhor com o arco que Katniss Everdeen |
Adaptações de videogames para o cinema são quase
sempre ruins, pois é quase sempre complicado transpor um jogo que é
absolutamente linear e sem uma grande quantidade de camadas para a dramaturgia,
justamente uma arte que necessita de um pouco mais de particularidades para
fazer acontecer o mais raso dos filmes. Ainda mais quando estamos falando de
jogos antigos e que não possuem o nível de complexidade e enredo dos criados
neste século XXI.
Em sua primeira versão com Angelina Jolie, Lara
Croft ganhou dois filmes que nada mais eram que um videogame filmado com uma
história capenga e vilões esquecíveis. O importante era criar situações para os
fãs da aventureira saltar, lutar e resolver enigmas complexos com
suas habilidades.
Os filmes de 2001 e 2003 são esquecíveis. Mas
Hollywood resolveu dar nova chance a Lara colocando a atriz Alicia Vikander no
modelito camiseta e calça (e não mais shortinho) de Lara.
O resultado do trabalho dó diretor Roar Uthaug é bem mais
interessante que a grande maioria de adaptações do cinema. “Tomb Raider - a
origem” está longe de ser um filme brilhante. Mas deu uma nova guinada para a
história de Lara Croft ao impor uma nova mitologia, construir um passado mais
sólido para a personagem a partir da relação dela com o pai, Richard
Croft (Dominic West), e abrir caminho, é claro, para a formação de uma nova
franquia que pode vir a ser lucrativa se for mais bem apurada a combinação de
aventura, enigmas, um certo misticismo e cenas de ação de tirar o fôlego.
Pois é disso que se trata a história de Lara Croft.
Mas não mais apenas disso. Além de uma caçadora de tesouros, quase uma Indiana
Jones em versão feminina, ela agora parece que primeiro precisa arrumar a casa
enquanto vive as suas aventuras. Seguir o legado do pai ao mesmo tempo em que
tem que limpar as empresas do mesmo de um provável envolvimento com roubos e
corrupção. Nos próximos filmes ainda saberemos mais sobre a Trinity e qual o
papel de Anna Miller (Kristin Scott Thomas) nisso tudo.
Enquanto isso, podemos nos deliciar com cenas de
ação maravilhosamente absurdas e engenhosas como só o videogame consegue fazer.
De fato, este parece ser o único vestígio do legado dos games nesta nova e
promissora série de filmes de Lara Croft.
Todo o resto é novo. E esse novo começo parece ser
minimamente interessante para seguir acompanhando um pouco mais esta
saga.
Cotação da Corneta: nota 6,5.
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