Bon Jovi no Rock in Rio/Reprodução/Facebook |
Crítica originalmente publicada no site Rock on Board - http://www.rockonboard.com.br/2017/09/rock-in-rio-2017-repleto-de-sucessos.html
Você pode dizer que Jon
Bon Jovi tem um monte de defeitos, mas nunca poderá acusá-lo de ser preguiçoso.
Muitos músicos que tivessem o mesmo número de hits dele na carreira ficariam
tentados a fazer um show para a galera, como normalmente pedem os grandes
festivais. É seguro e de fácil aceitação. O Bon Jovi, porém, fez a acertada
aposta na mescla do novo com um punhado de sucessos da carreira num equilíbrio
quase que equânime entre os clássicos do passado, quando a banda construiu a
sua fama, e músicas retiradas dos álbuns lançados nos últimos 15 anos, a
maioria deles de menor impacto do que discos como 'Slippery
When Wet' (1986), 'New Jersey'
(1988), 'Keep The Faith' (1992) e 'These Days' (1995).
Foram 21 músicas em um espetáculo que pode-se dizer que agradou ao fã de
carteirinha e ao fã dos hits radiofônicos. Talvez só os que não se incluem nos
dois grupos tenham ficado com tédio no show que encerrou a noite do dia 22 do
Rock in Rio.
Com um álbum novo na praça - 'This House
is Not For Sale' foi lançado no ano passado - o Bon Jovi deu uma sacudida
no set list como quem mostra que está bem depois da saída do guitarrista Richie
Sambora por "razões pessoais". Com isso, ficaram de fora baladas
amadas pelos brasileiros como "Always"
e "I'll Be There For You", que
até estava prevista no set list inicial de 23 canções, mas foi cortada junto
com "In These Arms".
Fizeram falta? Para o fã,
talvez. Para a dinâmica do show, nem um pouco. Até porque, o Jon Bon Jovi
burocrático do Rock in Rio de 2013 deu lugar a um cantor com muita vontade de
fazer um grande show para a plateia em 2017. Embora a voz já não seja a mesma
de outrora, notava-se claramente como o cantor parecia bem e satisfeito no
palco.
Se Sambora, que deixou a banda em abril de 2013, faz falta é só pela
presença de uma figura importante na carreira do Bon Jovi, como dono e parte da
história dela. Pois, na prática, o novato guitarrista grego-canadense Phil X dá
conta do recado reproduzindo muito bem as notas dos principais sucessos do grupo,
como na balada "Bed of Roses",
talvez o momento em que ele mais teve a chance de brilhar.
Reproduzir os solos e as notas de Sambora é o que Phil X mais terá que
fazer até poder exibir algo mais autoral nos shows. O mais recente álbum foi
apenas o primeiro do qual ele participou como membro efetivo do Bon Jovi. Mas a
julgar pela faixa título, ele já pegou o jeito. "This
House is Not for Sale" é um típico pop rock do Bon Jovi. Tem um refrão
que fica na cabeça, uma batida característica e uma letra boa de cantar. Todo
disco da banda tem pelo menos uma canção assim desde "Runaway"
lá no primeiro álbum lançado em 1984.
Aliás, daria para fazer
uma apresentação só com elas. Só no show desta sexta-feira teve ainda "Have a nice Day", que é uma boa canção,
e "It's My Life", que provocou
erupções vulcânicas na Cidade do Rock. Foi uma das músicas mais cantadas pela
plateia, não ficando a dever para clássicos como "You
Give Love a Bad Name" e "Livin'
On a Prayer", que costumeiramente fecha os shows do Bon Jovi.
O público pareceu gostar e nem se incomodou muito com os problemas do som,
que chegou a ficar muito baixo em três oportunidades. Nada que atrapalhasse a
performance da banda que pode até não ter ganhado um novo fã por conta deste
show, mas obteve muito sucesso pregando para os já doutrinados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário