Quebrando tudo sem perdão |
Foi-se
o tempo em que o cinema era palco de jovens garotos que vão para a Califórnia
em busca de aventuras, sexo e diversão. Não necessariamente nesta ordem. Aquela
era mágica compreendida entre os filmes do "Cinema em Casa", do SBT,
até pérolas do DESVIRGINAMENTO, como "American Pie" (1999).
Os
jovens ficaram mais complexos. Eles agora vivem em mundos distópicos que
pretendem libertar das amarras de regimes opressores. Governos estes liderados
por atores de peso que dão credibilidade e servem de escada para uma nova safra
oriunda das divisões de base virar protagonista.
Sim,
amigos, a corneta passou por um intensivão e viu no mesmo dia
"Divergente" e "Insurgente" para falar com (pouca)
propriedade e (muita) malemolência sobre o novo filme de baseado nos livros de
Veronica Roth.
A
série "Divergente" é evidentemente um lado B de "Jogos
Vorazes". É como se "Jogos Vorazes" fosse "Brown Sugar"
e "Divergente" fosse "Play with fire", sacou? Não é
necessariamente ruim, é um hit mas também não é O hit. Afinal, todos sabemos
que Jennifer Lawrence >>>>>>>>>>>>>>
Shailene Woodley.
No
novo filme, Beatrice Prior (Shailene Woodley), Tris para os íntimos, e seus
amigos continuam praticando o péssimo hábito de pular em trens em movimento.
Essa galera da Audácia se acha. Por isso que eu sempre preferi Franqueza e
Amizade, ainda que Abnegação também tenha o seu valor. Já Erudição tem muita
gente metida e de nariz em pé.
Agora,
Tris tem duas missões importantes: salvar o mundo e conhecer a sogrinha. Que
momento difícil da vida de uma jovem.
A
história começa pouco tempo depois do fim de "Divergente", quando
Tris enfiou a faca na mão de Kate Winslet, que vive Jeanine, e estragou os
planos da vilã erudita. Nossa heroína agora está com um novo corte de cabelo,
mais alinhado com os novos tempos e a modernidade, e novas ambições.
Mas...
Jeanine também tem novos planos. E eles não são nada estéticos. Ela encontrou
uma caixa secreta na casa dos pais de Tris que contém uma mensagem que para ela
vai mudar o mundo até onde conhecemos. Só que ela precisa de um divergente
nível alfa, com características de todos os povos para abrir a tal caixa de
pandora pós-moderna. E vocês sabem que esse divergente só pode ser Tris. É o
destino, Tris. A culpa é das estrelas. Opa, desculpa, esse é o seu outro filme.
É que você vive contracenando com Ansel Elgort que eu confundi.
Sabemos
que no fundo, lá no fundo, tudo o que Tris queria era continuar o seu romance
água com açúcar com Quatro (Theo James) e viver feliz para sempre na Amizade (a
comunidade, é claro). Mas ao mesmo tempo ela tem um desejo de vingança e sangue
contra Jeanine que é mais forte e precisa ser saciado.
Antes
de tudo, porém, uma missão mais complicada. Tris precisa conhecer a sogra. E
que sogra! Afinal, estamos falando de Naomi Watts. Naomi, ou melhor, Evelyn, é
também a líder dos sem-facção, uma comunidade de desajustados que quer dominar
essa Chicago do futuro, derrubando os eruditos. Os eruditos são um problema
para a sociedade, como vocês estão vendo. Para isso, ela terá a ajuda de Tris e
Quatro, na missão. Além de Peter (Miles Teller), que largou a bateria de
"Whiplash" para ficar transitando entre o apoio aos rebeldes e ao
governo. Bem em cima do muro. Parece até partidos políticos.
Então
está traçado o cenário de “Insurgente”. No corner esquerdo, divergentes e
sem-facção. No canto direito, eruditos e audaciosos. Em cima do muro, amigos,
francos e abnegados. E vamos para a guerra.
“Insurgente”
é um típico filme para jovens fãs dos livros de Verônica Roth. Não tem muita
profundidade e segue a fórmula menina deslocada e diferente dos demais embarca
numa jornada de autoconhecimento e ao mesmo tempo bagunça a sociedade e tenta
mudar o mundo.
Insira
no meio disso um romance fofo com um cara bonitão e forte pronto para
protegê-la, alguns gritos, uma pitada de efeitos especiais e bata no
liquidificador (juro que não é merchan do blog). Temos um filme.
Claro
que o filme vai faturar muito. Só nos Estados Unidos já fez US$ 54 milhões.
Como “Divergente” faturou. Foram US$ 288,7 milhões. Mas Shailene não tem o
mesmo carisma de Jennifer. E a própria história de “Jogos Vorazes” é mais
interessante.
As duas franquias tem
ainda um erro em comum: o fato de dividirem o último livro em dois filmes
criando a famigerada trilogia de quatro trabalhos. Mas enquanto “Convergente -
parte 1” não vem ao mundo (só em março do ano que vem), “Insurgente” vai ganhar
uma nota 5.
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