O Bush no Coliseu. Belo show/Marcelo Alves |
No início dos anos 90, o grunge dava as cartas e Seattle
parecia a capital do rock. Já no fim desse movimento, surgia na Inglaterra uma
banda calcada no jeito de galã de seu vocalista que tinha uma voz grave e
rascante que lembrava alguns dos expoentes cantores da cidade americana. Era o Bush
que estourava num cenário pós-grunge com seu álbum de estreia, "Sixteen
Stone" (1994).
Desde então, a banda viveu altos e baixos, lançou quatro
discos de estúdio e se separou em 2002. Oito anos depois, o vocalista Gavin
Rossdale decidiu reativar o Bush, mas sem o guitarrista Nigel Pulsford e o
baixista Dave Parsons, que faziam parte da formação original da banda, a mesma
que gravou o clássico primeiro álbum. Vieram o guitarrista Chris Traynor e o
baixista Corey Britz. Foi com essa formação e mais o baterista original Robin
Goodridge que a banda britânica apresentou o show do novo álbum "Black and
White Rainbows" (2017), no Coliseu de Lisboa, em Portugal.
Primeiro disco lançado após um hiato de três anos, o
álbum não ganha muito destaque no show da capital portuguesa. Apenas “Nurse” e
“Peace-S” são tocadas. Canções, aliás, que não chegam a figurar entre as
melhores já feitas pelo grupo. O novo disco só dá as caras na quarta música do
show. Antes disso, Gavin amacia a plateia com sucessos do passado como
"Everything Zen" e "The Chemichal Between Us".
A partir daí, a banda alterna sucessos do passado, mais
precisamente da primeira fase do grupo, quando viveu o seu auge de
popularidade, com canções dos três discos lançados após a volta. Além do atual,
há "The Sea of memories" (2011) e "Man on the run" (2014).
Naturalmente, é a primeira fase da banda a que arranca mais reações positivas
da plateia. Com canções como "Swallowed", "Machinehead" e a
grande balada do Bush, “Glycerine”.
O Bush atual é claramente calcado no carisma e talento de
Gavin Rossdale. Os holofotes são todos voltados para ele, as atenções da
plateia são todas para ele. Os demais músicos, apenas cuidam bem da cozinha
para que Gavin brilhe. E ele não faz por menos ao se entregar de corpo e alma
ao espetáculo ao mesmo tempo em que parece estar se divertindo muito no palco.
Gavin cantando no meio da galera/Marcelo Alves |
O ponto alto desta entrega acaba sendo na última música
da primeira parte do show. Durante "Little Things", o vocalista anda
por todo o Coliseu, no meio da galera na pista e também nas arquibancadas no
fundo da casa deixando a plateia em êxtase. Se fosse possível fazer uma
comparação, é como se o vocalista andasse por uma Fundição Progresso lotada enquanto
canta um dos seus sucessos.
Depois disso, o Bush volta com um bis arrebatador formado
por "Machinehead", "The One I Love", "Glycerine"
e "Comedown". Um cover do R.E.M. e três clássicos do "Sixteen
Stone" para fechar com chave de ouro sua apresentação de 1h45min.
O
Bush não toca no Brasil desde 1997, quando fez shows no Rio, São Paulo e
Coritiba. Se o novo álbum levar a banda de volta ao país, os fãs brasileiros não vão se arrepender do show.
Playlist com o set list do show
Playlist com o set list do show
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