domingo, 6 de julho de 2025

Film review: A tentativa de recomeço de “Jurassic World”

Bailey e Johansson tentando não ser comidos
Eu já tinha abandonado a franquia “Jurassic Park” lá nos filmes do Chris Pratt. Embora tenha visto todos os filmes, não tinha qualquer motivação em ir ao cinema. No entanto, eu tenho um fraco: a minha admiração pela atriz Scarlet Johansson. E isso foi o suficiente para voltar a pagar um ingresso para ver “Jurassic World: Recomeço”. Qual não foi a minha surpresa ao ver que o filme é verdadeiramente divertido.

No título original, Jurassic World fala em “Renascimento”. E isto é o que a franquia está tentando fazer com movimentos dentro e fora da tela.

Do lado de fora, ao trazer de volta David Koepp, um dos roteiristas do filme original de 1993. Dentro da tela, ao conectar um mosaico de referências/homenagens que não só farão o fã pensar no filme original de Steven Spielberg, como também em outros clássicos da cultura pop. Tudo isso embalado num filme que tem cara, jeito e roteiro de aventura de filme americano dos anos 1990.

Ou seja, o recomeço, ou renascimento de “Jurassic Park” passa muito por um olhar para o passado. Se isso é bom ou ruim fica a critério do espectador e, consequentemente, da bilheteria que o filme fará.

A história de “Jurassic World: Recomeço” pode ser resumida em uma frase: um grupo de aventureiros se arrisca numa ilha onde vivem dinossauros para conseguir uma amostra de sangue de três espécies com o objetivo de construir um medicamento revolucionário para tratar doenças coronarianas.

No recheio deste bolo há uma coleção de clichês que em alguns casos seriam enfadonhos, mas nesta aventura despretensiosa dirigida por Gareth Edwards, diretor de “Godzilla” (2014) e “Rogue One” (2016), cabem deliciosamente bem. Temos os personagens-chave que são o cientista vivido por Jonathan Bailey e a mercenária vivida por Scarlet Johansson. Temos o vilão óbvio que representa a mão cruel e predatória do capitalismo vivido por Rupert Friend, temos uma família que representa a presença do homem comum sem grandes habilidades no meio daquela adversidade e temos os candidatos a virarem comida de dinossauro. Desde o início sabemos quem vai morrer e sabemos quem vai sobreviver. Havendo espaço para um ou dois numa zona mais cinzenta para criar uma expectativa mínima.

O roteiro também segue o padrão clássico dos três atos. São três as amostras que precisam ser recolhidas, três dinossauros diferentes, três elementos daquele mundo: água, terra e ar. Tudo para oferecer diferentes desafios para o grupo e mostrar a diversidade que a ilha dos dinossauros exibe.

Gosto muito também do momento histórico que o filme traça, criando uma sociedade em que dinossauros já não têm a mesma graça. Fazem parte da paisagem, perderam a popularidade. Mas também são temidos a ponto de haver uma zona do planeta próximo à linha do Equador em que os seres humanos são proibidos de viajar. Lá, só vivem dinossauros.

Este é um dos pontos que eu mais gosto do filme junto com algumas cenas bem legais dos dinossauros um tanto quanto assustadores e as referências. Toda a passagem no mar parece muito inspirado em “Tubarão” (1975), curiosamente um filme de Steven Spielberg.

Muitas cenas na floresta me remeteram ao início da franquia. Especialmente as que envolviam aquele andar mais sorrateiro de um dinossauro e os humanos tentando sobreviver em meio a uma tremenda adversidade.

A inclusão de um dinossauro mutante criado em experiências de laboratório por humanos também criou uma criatura extremamente parecida na cabeça pelo menos com o alienígena de “Alien — o 8° passageiro” (1979). Não sei se foi de propósito, mas me pareceu até uma correlação óbvia.

Acima de tudo, “Jurassic World” entretém. Mais do que os filmes recentes. Resta saber se o nosso mundo ainda gosta de dinossauros ou se eles também viraram para nós apenas paisagem.

Nota 7/10.

Jurrasic World: Recomeço (Jurrasic World: Rebirth — EUA, ING, Malta, IND — 2025)

Estrelado por: Scarlett Johansson (Zora Bennett), Mahershala Ali (Duncan Kincaid), Jonathan Bailey (Dr. Henry Loomis), Rupert Friend (Martin Krebs), Manuel Garcia-Rulfo (Reuben Delgado), Luna Blaise (Teresa Delgado), David Iacono (Xavier), Audrina Miranda (Isabella Delgado), Philippine Velge (Nina), Bechir Sylvain (LeClerc), Ed Skrein (Bobby Atwater).

Roteiro: David Koepp.

Direção: Gareth Edwards.

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