Rey e Finn correm do perigo |
J.J. Abrams
criou "Lost". "Lost" era aquela série que deixou todo mundo boladão na
frente do computador (você não viu na TV que eu sei) e acabou daquela forma
pífia. Pela decepção de "Lost", J.J. Abrams foi informalmente
condenado pelos deuses da nerdice a um programa de reabilitação que consistia
em fazer filmes divertidos de velhas franquias do passado.
Assim ele fez o seu trabalho. Pegou
Tom Cruise e Phillip Seymour Hoffman e criou um novo Missão Impossível seis
anos depois do segundo filme. Em 2009, arriscou-se no pantanoso terreno dos
trekkies e fez um reboot/continuação de Star Trek. Não satisfeito, ele fez um
segundo Star Trek em 2013. Alguns fãs curtiram. Outros detestaram. Para mim,
que não sou fã, ele fez um bom trabalho.
J.J. Abrams é um nerd master na
escala Jedi. Era inevitável que chegasse em suas mãos um novo “Guerra nas
Estrelas” se alguém decidisse fazer um novo filme.
Depois da trilogia que causou
calafrios entre 1999 e 2005 (Jar Jar Binks chegou a ser tão odiado pelo povo
quanto o Eduardo Cunha), mexer nesse vespeiro era complicado. Mas J.J. Abrams é
um nerd pós-moderno. Ele tem...... (Insira aqui aquela expressão de macho
bêbado de boteco).
E assim, a corneta voltou de uma
galáxia muito distante para celebrar o despertar de uma nova era. Para se
render a J.J. Abrams, virar para ele e dizer: “obrigado, amigo. Star Wars ficou
muito legal. Nem a Disney atrapalhou. Posso tirar uma foto sua com o meu boneco
do Luke Skywalker?”.
Apesar de todas as viagens
intergalácticas na velocidade da luz, batalhas e uma grande mitologia, “Star
Wars” sempre foi uma história de uma família bem complicada. É pai que não fala
com o filho, parentes que não se bicam. Se dependesse de George Lucas, seria
muito difícil ter um Natal harmonioso com todos sorrindo, comendo rabanadas e fazendo snapchats da família.
Além disso, “Star Wars” sempre foi uma
luta simples do bem contra o mal como eram as histórias ali nos anos 70 e 80.
No canto direito, o lado negro da força comandado por Darth Vader. No canto
esquerdo, a filosofia budista do lado branco e da força do mestre Yoda (e sua
gramática particular) e seus Jedis. De um lado, sabres de luz vermelhos (George
Lucas sempre achou que vermelho e preto eram a combinação do mal). Do outro
sabres azuis para iluminar o caminho contra as trevas.
O grande mérito de J.J. Abrams foi
não mexer no time que estava ganhando nos anos 80. O que leva o "Despertar
da Força" a ser tão legal é uma combinação de tradição, nostalgia e uma
pitada de ousadia que farão os fãs caírem para trás. Todos os ícones
aparecem em algum momento. A Millenium Falcon, os robôs R2D2 e C3PO, a trilha
sonora característica, o início do filme com um textão igual aos que eu gosto
de publicar no Facebook... Só faltou mesmo quem não podia estar por motivos de
morte. Imagina se a Melisandre surge de “Game of Thrones” ressuscitando uma
galera que morreu em outros filmes?
Chewbacca e Solo: momento good times |
"O despertar da Força" se passa décadas depois dos
eventos ocorridos em “O retorno de Jedi” (1983). Todo mundo está com rugas e
cabelos brancos. Menos o Chewbacca. Luke Skywalker (Mark Hamill), nosso grande
herói, está desaparecido. E todos estão atrás dele como quem procura o Santo
Graal. Até onde se sabe (e a gente fica sabendo algumas coisas pelo textão que
se esvai pela galáxia), ele tinha montado uma divisão de base de guerreiros
Jedis, mas o projeto de La Masia não deu muito certo por causa de uma ovelha
negra. Tipo como se o Messi fosse para o Real Madrid. Aí ele ficou
desapontadozinho e desapareceu no mundo. Ou melhor, pelos mundos.
Seguindo uma tendência de acúmulo de
cargos e funções após cortes de pessoal nas empresas, Leia (Carrie Fisher) ainda
é da realeza, mas também é uma general do exército rebelde. E Han Solo
(Harrison Ford), bem, virou um contrabandista trambiqueiro. Mas ele ainda tem
um bom coração. E virou o avô que todo mundo queria ter. Revê-los depois de
décadas vai balançar o coração dos nerds.
Mas como se passa no futuro, o novo “Star
Wars” urge inserir novos personagens. O momento vivido pela galáxia está um
pouco complicado. A tal da Primeira Ordem quer transformar a galáxia num
império comandado por Kylo Rein (Adam Driver), o vilão de preto e máscara da
vez. Só que para isso precisa esmagar a República e os rebeldes, o exército de Leia
e do piloto fodão Poe Dameron (Oscar Isaac).
No meio dessa bagunça toda, dois
jovens losers e meio perdidos na vida entram no
circuito. Um deles é Finn (John Boyega), um Stormtrooper desgarrado que
quer apenas fazer o que acha certo e arrasta uma asa para a Rey (Daisy Ridley).
Quem é ele? O que come? Qual a sua origem? De onde veio? Perguntas que só serão
respondidas no próximo filme. Ou no Globo Repórter.
Rey, por sua vez, é outra mulher,
cuja origem ainda é envolta em brumas. Não sabemos sua origem (mas
desconfiamos), nem porque ela foi parar num planeta ferro-velho. Rey é a grande
heroína do novo filme. Em meio a todo o mix de aventuras, nostalgia, citações,
bichos estranhos e batalhas, é a jornada de Rey o foco central do filme de
Abrams. E podemos imaginar o quanto ela não vai aprontar até o episódio IX em
2019.
Ainda ouviremos falar muito de Rey.
Mas enquanto o futuro não chega, eu só penso em ter uma réplica do BB-8 na
minha casa. Contudo, eu já desisti ao ver que ele custa R$ 2,7 mil no site da “Saraiva”.
Em homenagem ao BB-8, no entanto, a Corneta dará uma nota 8 para o novo “Star Wars”. É
isso, até 2016. E no ano que vem, que a Corneta esteja com você.
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