Olic, um dos destaques da boa Croácia/Vipcomm |
A
Copa tem algumas obviedades. Todo torneio de tiro curto tem. Quando o sorteio
saiu em dezembro do ano passado e mostrou quem estaria no grupo A (Brasil, Croácia, México e Camarões) e
no B (Espanha, Holanda, Chile e Austrália), o comentário geral foi que
espanhóis e holandeses jogariam para não pegarem o Brasil nas oitavas de final
e correrem o risco de sair do Mundial mais cedo. Pois bem. A Croácia tratou de
embaralhar um pouco isso tudo.
O
time dirigido pelo ex-jogador Niko Kovac mostrou que tem bola para ir longe
nessa Copa. Se vai repetir o feito da geração de ouro de Boban, Suker e
Prosinecki e terminar em terceiro lugar como na França, em 1998, só o futuro
dirá. Mas a equipe croata é promissora. E dará trabalho para quem enfrentar nas
oitavas de final. Não acredito que México e Camarões poderão fazer muita coisa
nessa chave.
Os
croatas têm um time técnico, que joga bem e com a bola no chão. Comandados pelo
meio-campo formado por Modric, Rakitic e Kovacic, o time procura tocar bem e
manter a posse de bola. É, digamos, um tik-taka dos Bálcãs. Aliás, os croatas,
assim como os bósnios, são os representantes nesta Copa de uma escola muito técnica, a da antiga Iugoslávia.
Quando
se defende é com segurança e sem dar muito espaço para os adversários. Tanto é
que o sistema defensivo só cometeu um erro em 90 minutos da partida contra o
Brasil, quando deu muito espaço para Neymar empatar a partida aos 29 minutos.
Um lance em que eu achei que o goleiro Pletikosa também falhou porque caiu um
pouco atrasado na bola.
Naquele
momento, brasileiros e croatas empatavam por 1 a 1 (Marcelo, contra, fez o
primeiro da partida), e faziam uma partida equilibrada. A Croácia começou
melhor, controlando a partida no meio-campo e com Olic passeando nas costas de Daniel Alves, enquanto o Brasil se mostrava um
pouco nervoso. Mas no final do primeiro tempo e no início da etapa final, a
seleção jogou bem e poderia até ter virado a partida se tivesse caprichado mais
nas poucas finalizações que teve (no total foram 14 chutes a gol dos brasileiros
e dez dos croatas).
O
domínio territorial do Brasil principalmente a partir da segunda etapa pode ser
resumido pela posse de bola: 58% contra 42% dos croatas. Luiz Gustavo fazia uma
grande partida na proteção à zaga, onde David Luiz também era um dos destaques.
Na frente, apesar do gol, o grande nome era o do até então criticado Oscar, talvez
o melhor jogador da partida.
Mas
com vontade a Croácia conseguia se manter firme e segurando o placar. Até que o árbitro japonês Yuichi
Nishimura marcou um pênalti inexistente em cima de Fred aos 26 minutos da etapa
final. Neymar converteu e decidiu o jogo.
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Se isso é um pênalti, então podemos parar de jogar futebol agora – reclamou,
com razão, Kovac após a partida.
O
pênalti mal marcado prejudicou demais os croatas. E o terceiro gol, já no fim,
foi consequência de uma equipe que estava no ataque em busca do empate. Ainda assim
os croatas nunca estiveram desorganizados em campo e em nenhum momento deixaram
de jogar dentro do seu estilo. A Croácia perdeu, mas pode se dar bem nessa Copa. Fiquemos de olho nela.
Brasil
3 x 1 Croácia
Local:
Itaquerão, em São Paulo
Árbitro:
Yuichi Nishimura (JAP)
Gols:
Marcelo, contra, aos 11 minutos para a Croácia e Neymar aos 29 e aos 26 minutos
do primeiro tempo e Oscar aos 46 minutos do segundo tempo para a Croácia.
Brasil:
Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo,
Paulinho (Hernanes) e Oscar; Hulk (Bernard), Neymar (Ramires) e Fred. Técnico:
Luiz Felipe Scolari.
Croácia:
Pletikosa, Srna, Corluka, Lovren e Vrsalijko; Rakitic, Modric, Perisic e
Kovacic (Brozovic); Olic e Jelavic (Rebic). Técnico: Niko Kovac.
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