Sophie até está ok no papel |
É uma
pena que uma das histórias mais importantes dos X-Men, a da Fênix Negra tenha
acontecido num clima tão fim de feira para a saga que até o filme estrelado por
Sophie Turner foi comandada pela Fox. É claro que quando o trailer de “Dark
Phoenix” foi lançado, a maquiagem da Mística (Jennifer Lawrence) já evidenciava
a falta de cuidado que o filme teria para entregar básico antes de os heróis
mutantes entrarem em definitivo para o Universo Cinematográfico da Marvel com
a compra da Fox pela Disney.
A
partir de agora caberá a Kevin Feige reintroduzir os mutantes nascidos com um
gene X a mais no universo dos heróis Marvel. E já há boas ideias surgindo na
internet envolvendo a Feiticeira Escarlate, além de outras pistas sobre um
potencial multiverso causado pelo estalar de dedos de Thanos. Fato é que os
X-Men vão ganhar um reboot, que eu espero que recupere um pouco da aura dos
dois primeiros filmes da saga. Aqueles tinham tudo o que era a essência dos
X-Men: heróis que protegem a humanidade “que os teme e odeia”, o embate de
ideias entre Charles Xavier e Magneto e o combate ao preconceito contra o que é
diferente que sempre esteve na linguagem subliminar dos X-Men.
Aqueles
foram pontos altos da saga que, com “Dark Phoenix” atinge um fim melancólico. O
filme de de Simon Kinberg, tem diálogos fracos e uma história preguiçosa que parte
de uma suposta evolução da humanidade após anos de trabalho de Xavier e seus
mutantes para serem amados até a volta à estaca zero com as atitudes tomadas
por Jean Grey (Sophie Turner) ao ser consumida por um poder cósmico.
É
triste que heróis como Ciclope e Tempestade, tão importantes para o grupo,
tenham sido interpretados por atores que não conseguiram dar o seu melhor para
os personagens. Culpa, também dos diálogos ruins que perpassam todo “Dark
Phoenix”.
Para
piorar temos uma vilã vivida por Jessica Chastain, cuja origem e nome sequer
sabemos direito e cujas motivações são apenas a velha postura “quero destruir o
mundo”. Por que? Não sabemos muito bem. O talento de Jessica foi completamente
desperdiçado.
Mas há
pontos positivos em “Dark Phoenix”? Claro que sim. A começar pela trilha sonora
brilhante de Hans Zimmer. Ele soube muito bem pontuar o filme e as
transformações de Jean ao longo do percurso. A música principal é excelente e
daquelas que marcam um personagem.
Outro
ponto positivo é a participação de Sophie Turner. Muito se falou que não há uma
Jean Grey como Famke Janssen e que Sophie não seria capaz de assumir esse
papel. Seu trabalho só prova que devíamos ser mais paciente e acompanhar o
desenvolvimento que os atores dão aos personagens antes de fazer qualquer
crítica. Fica a dica para os que gritaram tanto quando Robert Pattinson foi
anunciado como novo Batman.
É claro
que por vezes Sophie lembrou muito Sansa Stark, sua personagem em “Game of
Thrones”, mas era inevitável ter essa lembrança visto que a personagem ainda
está muito viva na nossa memória. Assim como a série. Mas na medida do possível
e do que o roteiro permitiu, Sophie soube impingir a sua marca para esta Jean
Grey vivendo um conflito enorme com um poder que a consome e transforma até a
sua personalidade. Se era relevante ou não inserir a história dos pais, eu não
sei, mas não foi isso que fez “Dark Phoenix” ser abaixo do que poderia
ser.
E, se
eu pudesse escolher, gostaria de ver a atriz dentro do UCM continuando a
desempenhar o papel de Jean. Embora reconheça que a tendência da Marvel seja
mudar todos os atores para um verdadeiro reboot.
Um
pouco abaixo de Sophie, eu também destacaria o trabalho de Michael Fassbender.
Seu Magneto isolado, depois em busca de vingança e, por fim, querendo ajudar os
heróis, trouxe os melhores momentos de ação do filme. Fassbender é outro que eu
gostaria de ver um pouco mais de no papel.
E a
cena final dele começando a jogar xadrez com Xavier em Paris, que remete ao
filme em que ambos jogam xadrez quando Magneto está na prisão é uma ótima
citação.
No
balanço final, porém, “Dark Phoenix” ficou devendo muito. Mas, lamentavelmente
para a produção, tornou-se um filme irrelevante assim que foi anunciada a
compra da Fox pela Disney. E sua execução só fez o sentimento sobre isso piorar
ainda mais.
Fato é
que os fãs de quadrinhos querem mais é saber como os mutantes vão entrar no
Universo da Marvel. A “Dark Phoenix” restou o papel de ser apenas um passatempo
enquanto o melhor (espera-se) está por vir.
Cotação
da Corneta: nota 6.
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