Elise e Didier mandando no country |
A corneta se amarra numa
globalização e num mundo sem fronteiras. Só neste maravilhoso planeta novo do
Facebook-Iphone (que eu juro que não me patrocinam), você pode ver numa sala de
cinema brasileira um filme belga sobre fãs de Chitãozinho e Xororó indicado ao
maior prêmio do cinema americano.
Ok, estou exagerando, o sertanejo é o country que
deu errado. Mas em alguns momentos o country de “Alabama Monroe” é tão chato
quanto qualquer Zezé de Camargo e Luciano. Embora o ritmo seja bem mais
palatável.
Mas a música tem a sua função. É
preciso reconhecer. É a de pontuar as passagens do tempo, revelar as camadas da
relação trágica e dramática de Didier (Johan Heldenberg) e Elise (Veerle Baetens). Cada vez mais profundas, cada
vez mais dolorosas. E aí o filme de Felix Van Groeningen vai ganhando pontos
com a corneta e ficando mais interessante. Menos Victor e Leo e mais Crosby,
Stills, Nash & Young.
Elise, a tatuadora que tem os
amores marcados na carne. Didier, o belga que sonha em ser um caipira americano
e tem uma banda de bluegrass.
Surge um bebê e os primeiros
conflitos. Uma doença e é o momento de mostrar o poder de superação. Entram
questões morais, éticas, científicas, religiosas e até uma defesa das pesquisas
com células-tronco. O amor sobreviverá a tudo o que vai acontecer ou não? Não
darei respostas. Vai ver o filme.
Temos dois atores entregues de
corpo e alma aos seus papéis e a corneta até entende o lugarzinho belga no
quinteto que briga pelo careca dourado de filme estrangeiro.
“Alabama Monroe” não é melhor que
“A grande beleza”. Nem que “A caça”. Mas tampouco é um filme ruim. Vale o ingresso.
Com isso, a nota final do drama belga é 7.
Ficha técnica: Alabama Monroe
(The Broken Circle Breakdown – 2012 – Bélgica) – Johan Heldenberg (Didier
Bontick/Monroe), Veerle Baetens (Elise Vandevelde/Alabama), Nell Cattrysse
(Maybelle). Escrito por Johan Heldenberg, Mieke Dobbels, Carl Joos e Felix Van
Groeningen. Dirigido por Felix Van Groeningen. Bom filme, belas atuações dos
protagonistas e Veerle é candidata a musa da temporada.
Indicação ao Oscar: melhor filme
estrangeiro.
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