Tragédia, comédia
Tudo misturara e...
Nos braços do povo
Se deitara
Mulheres eram o seu leito
Amores teve dois
A donzela sonhadora
E a amante cujo pai
em meretriz transformara
Versos que encantaram Madri
Dos telhados aos cantos mais fétidos
Palavras que o vento jogara aqui, ali
Fluindo em vagares lépido
Suas palavras traziam ódio ao poder
Mas em toda a península Ibérica
Apenas um nome era gritado:
Lope!
Autor prolífico
quanto iconoclasta
Incinerou pedras, madeiras
Em busca de um basta
A poesia de um artista
Pouco lido além-mar
Tem na câmera de Andrucha
Base para a prosa de Gasull e Moral
ganhar...o ar
A Lope de Vega adoram
Na pele de Alberto Ammann
Mas do Marquês de Navas vem o libelo
É o papel de Selton Mello
Película simpática
Por vezes errática
É na força das imagens
Que a história se impõe
Parcos versos resumem
o abismo entre o poeta e um bufão
O blogueiro não é Lope
Mas nem tanto uma negação
Finito
Gracias
Esta foi uma tentativa de crítica em versos inspirada num cena do filme em que Lope usa versos para explicar a própria lógica e a métrica da poesia. Não sei se deu certo. Pode ter sido uma grande cagada (tem grande chance disso), mas ao menos eu arrisquei fazer algo diferente. E foi de graça.
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