Ainda tento entender a lógica da venda de ingressos para shows no Brasil. Antigamente as coisas eram mais claras. Quanto menor a casa, maior o preço do ingresso. É natural. O preço do artista é único e a casa tem que bancá-lo não importando se a capacidade é para 5 mil ou 50 mil pessoas.
Hoje, diante da lei da meia entrada que só prejudica as pessoas honestas (são poucas, mas elas existem), essa lógica ganha tons de perversidade. O que leva alguém a cobrar de R$ 160 a R$ 500 pelo ingresso do “The Police” num estádio que pode receber facilmente 100 mil pessoas e R$ 180 por shows do Tim Festival em tendas que com boa vontade cabem 4 mil pessoas?
Claro que ambos os preços são abusivos. Verdadeiros assaltos num tempo em que o dólar está na casa do R$ 1,80. Quando a moeda americana custava entre R$ 3 e R$ 4, os shows não passavam de R$ 120 e isso já era considerado um absurdo.
O dólar alto impediu o investimento em artistas. Perdemos turnês de U2, Madonna, entre outros. Com a cotação favorável, diversos músicos têm desembarcado no país para fazer shows. O que é muito bom, mas o ingresso continua batendo recordes astronômicos. A continuar assim, o cidadão terá que desembolsar em breve um salário mínimo para assistir a duas horas de música.
Gostaria que a organização da turnê do The Police viesse a público explicar os números que levaram a esse valor de R$ 160 per capita. Para mim, ele não tem lógica nenhuma. Parece que quem vai tocar é Jimi Hendrix, voltando do inferno com sua guitarra ao som de “Purple Haze”. Por esse preço, se devia esperar pelo menos Jim Morrison saindo das catacumbas de Père-Lachaise com seu vozeirão cantando “Riders on the storm”.
Sempre dei razão a quem organiza shows no Brasil e reclama da lei da meia entrada. Realmente, o que menos tem é estudante de verdade e já escrevi neste blog minha posição a favor da extinção da lei. Contudo, eles estão abusando. Nada justifica R$ 160 como o ingresso mais barato de um concerto, por mais clássica que seja a banda.
Além disso, a julgar pelo posicionamento do público, a apresentação do The Police promete ser fria como a dos Stones na Praia de Copacabana quase foi não fosse a genialidade daquela que considero a maior de todas as bandas. Criaram uma área vip e uma área premium – aquela dos R$ 500 – em frente ao palco matando de maneira absurda o gargarejo. Ora, as fileiras da frente são as que mais animam a banda e onde melhor ocorre a interação artista-público. Ou alguém acredita que o Sting está preocupado com quem estiver na arquibancada lateral – a de R$ 160 – a milhares de metros de distância?
Mas as inteligências superiores entre os organizadores do show criaram um espaço onde quem tem dinheiro vê melhor e quem é fã se fode, com o perdão do palavrão, aqui absolutamente necessário.
Apesar do preço extorsivo tenho a absoluta convicção que o show do The Police terá “sold out” rapidamente. A banda está tocando muito bem como você pode comprovar abaixo em dois vídeos da volta deles que catei no "Youtube" e o show é marcado só por clássicos do Police.
Enfim, quem cobra esse preço sabe que o que faz, sabe que está lidando com fã e fã paga qualquer preço para ver sua banda favorita. Eles sabem que quando se tratam de concertos, não tem como a pirataria roubar a bilheteria como faz com o mercado fonográfico e cinematográfico. Enquanto isso, todos nós que gostamos de assistir a shows passamos pelo papel de otários. Idiotas assaltados pelo The Police.
Hoje, diante da lei da meia entrada que só prejudica as pessoas honestas (são poucas, mas elas existem), essa lógica ganha tons de perversidade. O que leva alguém a cobrar de R$ 160 a R$ 500 pelo ingresso do “The Police” num estádio que pode receber facilmente 100 mil pessoas e R$ 180 por shows do Tim Festival em tendas que com boa vontade cabem 4 mil pessoas?
Claro que ambos os preços são abusivos. Verdadeiros assaltos num tempo em que o dólar está na casa do R$ 1,80. Quando a moeda americana custava entre R$ 3 e R$ 4, os shows não passavam de R$ 120 e isso já era considerado um absurdo.
O dólar alto impediu o investimento em artistas. Perdemos turnês de U2, Madonna, entre outros. Com a cotação favorável, diversos músicos têm desembarcado no país para fazer shows. O que é muito bom, mas o ingresso continua batendo recordes astronômicos. A continuar assim, o cidadão terá que desembolsar em breve um salário mínimo para assistir a duas horas de música.
Gostaria que a organização da turnê do The Police viesse a público explicar os números que levaram a esse valor de R$ 160 per capita. Para mim, ele não tem lógica nenhuma. Parece que quem vai tocar é Jimi Hendrix, voltando do inferno com sua guitarra ao som de “Purple Haze”. Por esse preço, se devia esperar pelo menos Jim Morrison saindo das catacumbas de Père-Lachaise com seu vozeirão cantando “Riders on the storm”.
Sempre dei razão a quem organiza shows no Brasil e reclama da lei da meia entrada. Realmente, o que menos tem é estudante de verdade e já escrevi neste blog minha posição a favor da extinção da lei. Contudo, eles estão abusando. Nada justifica R$ 160 como o ingresso mais barato de um concerto, por mais clássica que seja a banda.
Além disso, a julgar pelo posicionamento do público, a apresentação do The Police promete ser fria como a dos Stones na Praia de Copacabana quase foi não fosse a genialidade daquela que considero a maior de todas as bandas. Criaram uma área vip e uma área premium – aquela dos R$ 500 – em frente ao palco matando de maneira absurda o gargarejo. Ora, as fileiras da frente são as que mais animam a banda e onde melhor ocorre a interação artista-público. Ou alguém acredita que o Sting está preocupado com quem estiver na arquibancada lateral – a de R$ 160 – a milhares de metros de distância?
Mas as inteligências superiores entre os organizadores do show criaram um espaço onde quem tem dinheiro vê melhor e quem é fã se fode, com o perdão do palavrão, aqui absolutamente necessário.
Apesar do preço extorsivo tenho a absoluta convicção que o show do The Police terá “sold out” rapidamente. A banda está tocando muito bem como você pode comprovar abaixo em dois vídeos da volta deles que catei no "Youtube" e o show é marcado só por clássicos do Police.
Enfim, quem cobra esse preço sabe que o que faz, sabe que está lidando com fã e fã paga qualquer preço para ver sua banda favorita. Eles sabem que quando se tratam de concertos, não tem como a pirataria roubar a bilheteria como faz com o mercado fonográfico e cinematográfico. Enquanto isso, todos nós que gostamos de assistir a shows passamos pelo papel de otários. Idiotas assaltados pelo The Police.
Veja o The Police tocando “Message in a bottle” e “Roxanne”:
5 comentários:
Que honra!
Vou fazer jus a essa concessão aumentando a freqüência dos textos!
Beijos.
Pois é, Luisa, e sempre apareça por aqui para comentar. Viu como o blog agora está mais moderno com vídeos, fotos e tudo o mais. É a nova era de Memórias da Alcova.
Caro Crescenet,
No momento estou satisfeito com o meu provedor. Se for do meu desejo mudar, entrarei em contato com vocês. Obrigado pelos elogios.
"A volta do The Police"
é engraçado falar na volta quando parece que eles nunca foram...Quando eram e depois que foram, a estrela sempre foi mesmo o Sting!!! A volta do que não foi!
ps:é,os preços são um absurdo,mas hj em dia realmente é difícil músico fazer dinheiro vendendo disco....
Pois é, Taísa, mas você há de concordar comigo que a carreira solo do Sting é bem insípida.
Concordo que artista só faz dinheiro com show, mas os ingressos poderiam ser bem mais baratos não fosse a combinação ganância/oportunismo do brasileiro. E a lei da meia entrada só tem atrapalhado nos últimos tempos.
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